Não seria isso poesia?

Essa alegria provocante do teu sorriso que fitou meu coração e me enfeitiçou,
A fresca alegria da tua boca molhada como o orvalho do nascer do dia, com essa língua viva e inquieta dentro da minha...
Não seria isso poesia?
A música inebriante dos teus beijos longos e fortes que de longe me atrai,
Esse estranho espasmo que me inebria tanto perto quanto longe...
Não seria isso poesia?
O vento que embala teu corpo macio como veludo,
Tecido de seda e de luz numa deliciosa magia...
Não seria isso poesia?
E esse mistério dos teus olhos profundos, castanhos, que me atraem como horizontes, e mesmo assim me despe,
Onde há noites de amor e nunca chega o dia...
Não seria isso poesia?
A visão do teu peito, dos teus braços a me envolver pela cintura, a sensação de ter meus cabelos em suas mãos, da sua intimidade que eu descubro a cada investida ousada minha...
Nos delírios de nossas fantasias...
Não seria isso poesia?
E a sua orelha onde sussurro meus desejos e onde a maciez do teu corpo se adivinha,
E onde mora o perfume de tua carne que antevejo e se anuncia...
Não seria isso poesia?
E a beleza da tua personalidade que é de homem ou menino, insubmisso e revolto, no ritmo da sua sede, de seus desejos,
Ferindo com amor e desejo meu corpo, com essa sua sede de amar...
Não seria isso poesia?
E a tua voz que vem baixinha e rouca, dizendo: És minha...

E teu corpo nu, exalando perfume de amor e inquieto só pelo fato de se misturar com meu néctar...
E o êxtase final de receber o seu mel... Ah amor...
Nosso amor parece sensual demais para a minha heresia...
Não seria isso poesia?
Sim, isso tudo é poesia, em vida, porque tu és a minha poesia...

Cíntia Gonçalves dos Prazeres!