Não entendo que você traga um passado, você deveria esperar-me, você deveria adivinhar que eu chegaria em sua vida...
Não deveria trazer na beleza dos teus olhos, vultos estranhos, nem nas tuas mãos grandes e inquietas, invisíveis tatuagens como rastro de carícias que passaram, nem devias trazer nos teus lábios essa umidade de flores que já desabrocharam...
Queria que as tuas mãos fossem folhas em branco à espera da minha inspiração, que os teus olhos fossem ingênuos como de um garoto, e a tua boca uma fruta madura à espera da minha fome da minha sede...
Não entendo que tragas um passado e um presente que te lembre de coisas que não sei, nem que traga vestígios de outro amor em teu olhar;
não te perdôo por não ter adivinhado que nasceste afinal só para seres meu e que eu havia de te encontrar...
E eu que sou teu mais original e recente presente e que serei teu futuro, sinto-me amargurada e triste com este meu egoísmo e este ciúme do teu passado e do teu momento (sem mim)...
Cintia Gonçalves dos Prazeres
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